Um filme já te deixou com uma música na mente por dias? A Vilã das Nove foi assim para mim. Com essa convivência cotidiana, percebi que, para mim, esse é um dos melhores filmes que assisti em 2024.

O Fio da Trama

O corpo que traz essa trilha gira em torno de Roberta (Karine Teles), que se vê desesperada quando descobre que a nova novela das nove é inspirada em um segredo de épocas passadas.

Essa revelação não apenas afeta as relações com sua família e sua pacata vida na zona sul carioca, mas também se propaga por outros núcleos. Paralelamente, vemos Débora (Alice Wegmann), uma filha lidando com a raiva e a angústia do abandono.

Quem Precisa de Realismo?

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Apesar de um plot rocambolesco, o filme se destaca pelo seu naturalismo e leveza. Sem as rédeas de um pretenso “realismo”, o diretor Teo Poppovic constrói uma narrativa fluida, cheia de pequenas cenas que trazem energia à história.

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Um exemplo marcante dessa abordagem é a interação casual entre Roberta e seu ex-marido (personagem de Negro Léo) na cozinha, no primeiro bloco do filme. Essa cena simples, repleta de espontaneidade, ilustra a relação de um casal que já esteve junto, revelando a ansiedade e a proximidade na comunicação, enquanto expõe informações sobre a vida atual de Roberta. A cena exemplifica como o filme consegue equilibrar momentos de leveza com a profundidade emocional.

Isso temperado com diálogos que fazem citações a detalhes que só os personagens conhecem. Você lembra da Nai?

Somado a esses pequenos elementos, o que realmente impressiona em A Vilã das Nove é que cada cena parece cuidadosamente pensada e elaborada sem que isso se torne pesado, ou que o filme pare para sublinhar seus detalhes. Poppovic não se perde em exibicionismos técnicos; ao contrário, sua direção apresenta um trabalho de câmera sutil que realça a fluidez da história.

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É um filme de quem sabe dar nó de gravata, mas prefere muito mais andar de bermuda e chinelo.

Ilhas de Edição

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Da mesma forma, a cena final de A Vilã das Nove é um exemplo de como a obra lida com a complexidade das emoções humanas e deixa seu elenco brilhar. O desfecho é construído por olhares e silêncios, mantendo a tensão entre as atrizes e revelando a profundidade das relações.

E isso não seria possível sem um elenco vivo e muito bem afiado. Antonio Pitanga, Laura Pessoa, e especialmente Camila Márdila como Paloma, são coadjuvantes que, com histórias de fundo apresentadas em pequenas nuances, deixam o gosto de saber mais sobre suas tramas particulares.

A Vilã das Nove é um filme que demonstra a possibilidade de trazer algo artisticamente rico para as telas, sem precisar sublinhar isso.

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Embora o som possa ser exagerado, as situações na tela nos fazem refletir o quanto uma professora, uma dona de casa e até mesmo você que está lendo sempre edita as cenas de sua vida na hora de contar a sua história.

Mas se sua trajetória ainda não parece uma trama de cinema, o importante é ir deixando bons ganchos para os próximos capítulos.

A VILÃ DAS NOVE

Lançamento brasileiro, Star Distribution (Disney).
Ano: 2024
Duração: 105  minutos

Elenco principal: Antonio Pitanga, Laura Pessoa, Negro Leo, Rodrigo Garcia, Murilo Sampaio, Valentina Bandeira, Felipe Rocha, Catarina de Carvalho, Stella Rabello, Angela Rabello, Otto Jr., Karine Teles, Alice Wegmann e Camila Márdila.
Classificação Indicativa: 186 anos

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