Para bancar o preço da fama, não basta querer. Um dia chega oportunidade de entrar no palco e brilhar, e ai então todo preparo e disciplina será colocada a prova. Assim o quanto se está disposto a suportar os olhos que julgam e sacrifícios inevitáveis que acompanham o sucesso.

Desta forma nasce MaXXXine.

Agora com a oportunidade da parceria com um grande estúdio, o diretor Ti West faz do encerramento de sua trilogia de terror e suspense com a atriz Mia Goth um filme maior.

O que parece ser

Ambientado em 1985, o filme captura a vibe dos anos 80, desde a imagem granulada e saturada até a trilha sonora carregada de sintetizadores. MaXXXine não apenas presta homenagem à década, mas busca emular um produto cinematográfico da época.

No entanto, o coração de MaXXXine está na estética bem construída, mas sim na jornada pessoal da protagonista homônima. E é aqui que o filme pode se tornar um tanto divisivo.

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Seguindo a sinopse, a personagem interpretada por Mia Goth tenta deixar para trás seu passado como atriz em produções adultas, dedicando-se a uma oportunidade de estrelar um filme “sério”. Paralelamente, ela é chantageada por um perseguidor que deseja purificá-la de suas ações passadas.

A face sem make

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Neste ponto, Ti West tece referências aos subgêneros slasher e giallo, instigando o espectador com uma trama de tensão que cerca nossa protagonista. Porém essa não é a história do filme.

Acompanhando o novo momento da personagem, o filme flerta, mas se recusa a abraçar o terror. Existe menos dos fluidos do sangue e do sexo. O jogo é mais com um suspense sensual, ao estilo Brian De Palma.

Pouco interessa para Maxine Minx resolver o mistério de quem é o assassino, por mais que as mortes comecem a fazer parte da sua rotina. Talvez vendo sua vida como um filme, ela tenha criado uma casca e pense que amigos são coadjuvantes. Ela é a estrela que sobrevive no final. E quando chegamos neste encerramento da trilogia, Maxine já se provou como a final girl. Suas pendencias são outras.

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Dentre os personagens secundários que se destacam, estão a diretora interpretada Elizabeth Debicki e o detetive (com referências a Chinatown) vivido Kevin Bacon. São eles quem fazem a protagonista realmente tremer. Talvez porque são eles quem verbalizem o verdadeiro desafio: matar pai e mãe. Ou vencer o medo de fracassar e o julgamento por suas escolhas.

Aqui MaXXXine confessa sua filiação. Ainda que tenha seus encantos como peça individual, o gosto se torna melhor quando se tem fresco na mente detalhes dos filmes anteriores, “X” e “Pearl”.

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Revelações, impacto do desfecho e as reais assombrações de Maxine tem ligação o esse passado que precisamos retornar para romper.

Quem é essa loira?

Na superfície, MaXXXine é uma viagem nostálgica pelos anos 80, explorando referências para construir algo novo. As vezes é só um recorte, o ranger de uma luva, uma fantasia de Buster Keaton. Daí o gosto pode ser o de entrar em uma casa assombrada por fora, mas vazia por dentro.

Contudo, para além das aparecencias e clima de suspense, MaXXXine é um filme sobre a vulnerabilidade e as máscaras para se viver em mundo desafiador e cruel. A história do aprender a sufocar seus fantasmas para se mostrar independente.

MaXXXine

Lançamento brasileiro, Universal
Ano: 2024
Duração: 104  minutos

Elenco principal: Mia Goth, Elizabeth Debicki, Lily Collins, Kevin Bacon.
Classificação Indicativa: 18 anos

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