A primeira temporada de Alien Earth chegou ao fim deixando um sabor agridoce: de um lado, uma ousadia rara ao expandir o universo de Ridley Scott; de outro, a sensação de que o desfecho foi mais uma grande cena pós-créditos do que uma conclusão fechada.

Como fã da franquia, me vi cativado pela mistura de horror, sátira e estranheza — ainda que o caminho não agrade a todos.


O que acontece no final? | Resumo

No último episódio, os híbridos começam trancados em uma cela, enquanto Joe Hermit (Alex Lawther) e Morrow (Babou Ceesay) ficam presos em outra.

Wendy (Sydney Chandler), primeira híbrida da Prodigy Corporation, consegue “hackear”, desligar câmeras e sistemas de comunicação, hesitando em libertar Joe após ele ter atirado em Nibs (Lily Newmark). Isso mostra que a garota já não sente o mesmo carinho incondicional pelo irmão do inicio da temporada.

A narrativa sobe a tensão quando Kavalier (Samuel Blenkin), o jovem CEO trilionário, revela seu passado sombrio. O garoto gênio conta que aos seis anos, criou um sintético para matar o próprio pai abusivo.

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Enquanto isso, temos o esperado confronto entre Morrow e Kirsh (Timothy Olyphant), onde os dois são feridos, mas é o ciborgue quem leva a pior.

Continuando, o mordomo Atom Eins se revela um sintético, e com a missão de implantar o Ocellus, o Alien Óptico em Joe. A missão no entanto é interrompida por Wendy, que salva o irmão e mostra que tem controle sobre seres mecânicos.

Mas como nem tudo é perfeito, o Ocellus escapa para a praia, possuindo o cadáver de Arthur Sylvia (David Rysdahl).

No final, Wendy, com a ajuda de um Xenomorfo mais velho, consegue capturar Kavalier, encerrando com a frase impactante: “Agora, nós governamos.”

A temporada termina com Boy Kavalier sorrindo, talvez feliz de ver onde sua criação conseguiu evoluir.


A estranheza como identidade

O que mais me chamou atenção é como a série abraça um tom experimental, quase desconfortável, que a distancia do terror clássico de Alien – O Oitavo Passageiro.

Então, ainda que nos primeiros episódios a gente tenha um cheiro da tecnologia retro e de um xenomorfo letal, a série acaba indo além de um repeteco ambientado em um cenário diferente.

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Hawley não quis entregar só mais um caça-níquel preso à nostalgia, mas sim testar novas criaturas e expandir a mitologia. O Alien Óptico é a maior prova disso, funcionando como uma adição instigante e, ao mesmo tempo, perturbadora.

Confesso: essa estranheza me conquistou retro futurista. Ver a franquia se arriscar, mesmo com riscos de rejeição, é algo que valorizo mais do que repetições seguras.


O problema do “quase-final”

Ainda assim, o desfecho carrega um incômodo. Em vez de amarrar melhor os arcos, opta por ser um cliffhanger estendido, quase como uma grande cena pós-créditos. Isso pode afastar espectadores que esperavam algo mais fechado e soturno, especialmente dentro de um universo conhecido pelo peso do horror espacial.

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Minha sensação é que Alien: Earth entregou mais promessa de futuro do que um fechamento, o que pode gerar divisão no público.


Um passo ousado para a franquia

Entre erros e acertos, a série se destaca por não ter medo de voar longe do cânone. Ela revisita sim o clima de 1979 em alguns momentos, mas prefere se justificar como um produto novo, abrindo espaço para discussões sobre até onde uma franquia pode ir sem perder sua essência.

Eu acredito que, justamente por isso, Alien: Earth já se firma como um divisor de águas na saga. Quem esperava só repetição vai se surpreender; quem queria terror puro pode se frustrar. E é nessa tensão que a série encontra sua identidade.

Alien: Earth – Série da FX/Hulu, distribuída no Brasil pelo Disney+. Primeira temporada já disponível completa para assistir, com opção dublada e legendada.

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