Abrir as portas do coração para um filme que está fora do meu radar não é tão difícil, porém é mais raro que ele chegue assim carinhoso e até surpreendente como foi minha experiência com A Casa Mágica da Gabby.

Isso porque eu sabia que aqui eu estava indo assistir a um filme baseado em uma série voltada ao público pré-escolar da Netflix. E mesmo com as portas abertas para o novo, é difícil não criar certas expectativas.

E é justamente aí que o filme me pegou de surpresa.

Logo nos primeiros minutos, percebi que havia algo diferente na forma como ele se apresentava. A câmera, o uso da luz, o modo com que posiciona Laila Lockhart Kraner (a Gabby) na cena — tudo tem uma textura mais cinematográfica do que eu esperava.

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E quando os gatinhos de brinquedo entram tela, na existe uma mistura muito orgânica entre o live-action e a animação, e essa escolha faz o filme ganhar presença, volume, corpo. É como se ele dissesse: “Sim, é um filme para crianças, mas também é um filme de verdade”.

Fora da Casinha

A história segue simples: Gabby vai viajar para visitar a avó, mas no meio do caminho tem sua casa de brinquedo e seus gatinhos mágicos roubados pela excêntrica Vera, vivida por Kristen Wiig, que entrega uma vilã deliciosamente exagerada. A partir daí, o filme se torna uma aventura musical cheia de canções, cores, convites a interatividade e situações absurdas, mas sem perder um tom leve de humor irônico, que dá o ritmo certo à narrativa.

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E é curioso como, mesmo se mantendo fiel ao público infantil, nA Casa Mágica existe espaço para pequenas piscadelas ao público adulto. Não são piadas fora de lugar, mas um tipo de ironia que lembra os filmes da franquia Lego: algo que funciona em duas camadas, sem desrespeitar nenhuma delas.

Sem pensar no texto, o filme ainda entrega uma mensagem na defesa de se manter brincante na vida adulta. Algo cada vez mais perto de sua protagonista, mas que também comunica aos responsáveis que acompanharem suas crianças nessa jornada.

Assisti à versão dublada e me chamou atenção o cuidado da Universal em traduzir não só os diálogos e as músicas, mas também as placas, letreiros e elementos visuais. Pode parecer um detalhe, mas para as crianças que estão aprendendo a ler, isso faz diferença. O resultado é um filme que envolve por completo — colorido, musical, mas também consciente do que está fazendo.

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No fim das contas, o que A Casa Mágica da Gabby me mostrou é que ainda dá para se surpreender com o cinema infantil. Há um carinho ali, uma vontade de entregar algo bonito e bem-feito, com o cuidado de não ser apenas um episódio estendido. É um filme que brilha, mas não só pelo glitter.

Gabby’s Dollhouse: The Movie | Review

Distribuição, Universal Pictures
Ano de lançamento: 2025
Duração: 112 minutos

Direção: Ryan Crego
Elenco: Laila Lockhart Kraner, Jason Mantzoukas, Gloria Estefan e Kristen Wiig
Classificação Indicativa: livre

Assista ao trailer completo e dublado:

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