E se você chegasse ao fim de uma longa novela sem nunca ter visto um único capítulo antes? Foi exatamente essa a sensação ao encarar Downton Abbey 3: O Grande Final (Grand Finale), filme que encerra uma saga de seis temporadas e dois longas anteriores.
O resultado é curioso: uma mistura de bastidores da nobreza e contenção narrativa, com cenas curtas e blocadas em diálogos que lembram a estrutura televisiva mesmo sendo um filme.
E Vale Assistir?
Do ponto de vista cinematográfico, o longa é menos sobre grandes viradas e mais sobre encerramento e memória. Para fãs, é uma celebração nostálgica. Para novatos, pode soar hermético, mas entrega uma observação interessante sobre mudanças sociais e decadência de um sistema que tenta se adaptar para não desaparecer.
Num olhar histórico, Downton Abbey 3 é um quadro sobre a transição da Belle Époque, e inicio da aceleração do século XX, assim como o clássico Titanic.
Isso pode ser visto no arco principal da trama, com Lady Mary (Michelle Dockery), tentando se afirmar como mulher divorciada em um ambiente conservador.
Além disso, a atmosfera sugere o fim de uma era aristocrática, pressionada pela modernidade, não como uma bomba, mas sim como uma sútil mudança esculpida pelo tempo. Isso pode ser lido na nova geração de empregados, que não apenas choram pelos patrões, mas que sonham com reconhecimento para além do andar debaixo da mansão.
Downton Abbey 3: O Grande Final é distribuído pela Universal Pictures, tem 122 minutos de duração e marca a despedida definitiva da família Crawley e seus empregados.

