GOAT (HIM) é o novo filme produzido pela Monkeypaw de Jordan Peele e dirigido por Justin Tipping. Controverso, o longa traz uma metáfora sobre o mundo do esporte, mas envolta em imagens enigmáticas.
Entre bolas e máscaras, confira nesse artigo tudo sobre o que é e o final de GOAT
Qual a história de GOAT?
A história começa como tantas outras narrativas esportivas americanas: Cameron “Cam” Cade (Tyriq Withers) cresce idolatrando um quarterback lendário, Isaiah “Zay” White (Marlon Wayans).
Anos depois, já prestes a conquistar sua vaga na liga profissional, Cam sofre um ataque misterioso por alguém vestido de bode, o que o leva a se sentir inseguro em seguir sua jornada em busca de se tornar também um dos grades do esporte.
Ao mesmo tempo desistir é negar todo carinho e esperança de sua família.
Eis então que o próprio Zay o convida para um traimento secreto.
O preço de ser um GOAT
Levado ao deserto para ser treinado por seu ídolo, Cam descobre mais sobre como estar no topo é sacrificar de uma vida “normal”.
Assim o filme é tomado por uma rotina sinistra de treinamentos que unem a intensidade do esporte com um ar de seite macabra.
Na reta final, Cam descobre que Zay não é apenas um atleta; é parte de uma linhagem ritualística de “Greatest of All Time” (G.O.A.T.) criados através de transfusões de sangue e sacrifícios humanos. Para herdar o título, ele precisa literalmente matar seu antecessor e tomar seu lugar como produto e propriedade de uma elite esportiva mascarada.
Ele mata. Mas não aceita a coroa. Diante de uma mesa de chefões da liga, ele descobre que seu próprio pai havia assinado a papelada do sacrifício anos antes.
Porém Cam se recusa em assinar e mata todos que tentam transformar seu destino em contrato.
E assim a história termina sem uma cena pós-créditos.
O que significa o final de GOAT?
O final de GOAT não é só sobre derrotar um vilão é sobre escolher se você vai seguir um caminho que já veio antes de você, mesmo sabendo que ele é podre por dentro.
Durante o filme todo, Cam é pressionado a assumir o lugar de Zay como o “próximo GOAT”, como se fosse seu destino. Ele descobre que tudo — até mesmo o ataque que o feriu no início — foi armado para empurrá-lo para esse papel. Ou seja: esse sistema sempre existiu e só troca as peças para manter o jogo funcionando.
Quando ele mata Isaiah e recusa o contrato, Cam quebra essa corrente. Ele diz, com ações, que não vai aceitar ser parte de um legado violento e corrupto mesmo que isso significasse fama, dinheiro e poder.
A metáfora é bem clara: nem todo legado vale a pena ser continuado. Às vezes, seguir “o caminho certo” na visão dos outros significa abrir mão de quem você é, da sua família e até da própria liberdade. Cam escolhe ser ele mesmo, mesmo que isso o deixe sozinho e perdido no deserto.
Assim, toda a jornada do filme pode ser lida como uma grande viagem mental do atleta diante desse momento em que precisa tomar uma decisão prática em sua vida.
Não é um final feliz, mas é um final livre.
Vale assistir?
Narrativamente, GOAT não entrega uma reviravolta tão impactante quanto promete. A ideia do sacrifício ritualístico no esporte já foi explorada em outras obras — mas aqui, o diferencial está na estética.
A direção aposta em quadros que lembram videoclipes de trap e clipes agressivos de new metal, mesclando suor, poeira, neon e sangue com um clima constante de estranheza ritualística. O desconforto não vem do roteiro, mas da atmosfera: algo está errado o tempo todo, mesmo quando nada acontece. Confira nossa crítica rápida:
GOAT – Him, Universal Pictures, estreia em 31 de outubro de 2025, exclusivamente nos cinemas brasileiros, com cópias legendadas e dubladas disponíveis.

