Há algo de enigmático em O Agente Secreto. A cada cena, Kleber Mendonça Filho parece esconder uma história dentro da outra e o que começa como um drama político logo se revela um intrincado jogo de identidade, memória mas também diversão.
O Eterno Retorno
Marcelo (vivido por Wagner Moura) é apresentado como um homem reservado, e inicialmente misterioso. Fugindo de algo que o filme demora a revelar, ele retorna ao Recife dos anos 1970 em busca de paz.
Aos poucos, entendemos que “Marcelo” é apenas um codinome e que seu verdadeiro nome é Armando, um professor de tecnologia que se tornou alvo do regime militar após se opor e denunciar esquemas de corrupção de Ghirotti (Luciano Chirolli), um alto funcionário do sistema elétrico e homem de confiança da ditadura.
Depois de ordenar a morte de Fátima (Alice Carvalho), esposa de Armando, e agora contrata Bobbi (Gabriel Leone) e Augusto (Roney Villela) para terminar o serviço, dando cabo de Armando.
Nas Barbas da História
Enquanto boa parte da história principal é a identidade de Armando, e seu desejo de resgatar o filho pequeno, que vive com os avós, o filme também acontece nas suas franjas.
Trazendo uma sensação similar a Retratos Fantasmas, enquanto mostra o trajeto dos personagens pela cidade, o filme também se dedica a comentar sobre as memórias de Recife e suas histórias, entre o cinema São Luiz e ataques de tubarão.
Confira nossa crítica rápida:
O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho, é distribuído pela Vitrine Filmes. Estreia em 2025, com versões dublada e legendada disponíveis em circuito nacional.