Você provavelmente já conhece a história do O Conde de Monte Cristo, seja por versões anteriores, adaptações ou até por outras obras inspiradas nela. Afinal, é uma das narrativas de vingança mais influentes, não apenas na literatura, mas em toda a cultura pop.
Agora o clássico de Alexandre Dumas é novamente traduzido em um filme, que é uma das experiências mais robustas que encontrei cinema em 2024.
E porque vale tanto assistir?
Um Filme Gigante
Dirigido por Matthieu Delaporte e Alexandre de La Patellière, conta a saga de Edmond Dantès (Pierre Niney). Vítima de uma traição, ele é preso injustamente no dia de seu casamento, acusado de um crime que não cometeu.
Quatorze anos de cárcere em uma prisão isolada fazem com que ele se perca no tempo, mas também lhe dão tempo para planejar sua meticulosa vingança.
Com reviravoltas que vou suprimir para manter a surpresa, a transformação do protagonista faz deste um verdadeiro épico grandioso.
Com 173 minutos de duração, esta poderia ser uma trama arrastada, mas muito pelo contrário.
Fruto do investimento 42,9 milhões de euros, O Conde de Monte Cristo é uma das produções francesas mais caras de 2024. Isso resulta em um filme visualmente deslumbrante, ainda que filmado de maneira bem direta.
Talvez porque o as mentes criativas aqui sabem quais as principais forças dessa história: Uma trama densa e cheia de reviravoltas.
O que existe de especial nesta versão é o sensível equilíbrio da estética do século XIX com um ritmo dinâmico, para agradar o público moderno. Este não é um filme que te faz olhar para o relógio. Cada cena existe um porquê, e a história flui de forma que você nunca perde o interesse.
E na verdade, até vai querer que tivesse explorado mais detalhes.
A Vingança em Detalhes
Contudo, detalhes é o que não faltam para os olhos mais atentos.
A jornada Dantès não é só sobre justiça, mas também sobre se entender e lidar com os próprios fantasmas. Isso torna o personagem ainda mais humano e interessante.
Mais do que uma história de vingança (e doses de ação), é uma trama com nuances, de uma provocativa questão de até onde vale querer ajustar o que agora é passado.
Além disso, para os olhos atentos, é possível criar paralelos entre esta história a trilogia do Batman dirigida por Christopher Nolan.
E materialmente, é possível imaginar que os filmes do herói da DC tenham influenciado a fotografia, a trilha sonora ao estilo Hans Zimmer, planos ao estilo bomba-relógio, e mesmo a caracterização do Dantès como um playboy de capa preta.
A diferença é que no caso de O Conde de Monte Cristo, o personagem chega a ter um Robin. Apesar que contrariando as tramas de herói, o filme termina sem uma cena pós-créditos ou deixa para o que vem depois.
Porque vale assistir O Conde de Monte Cristo
E talvez este seja o grande triunfo desta produção. Ao contrário de muitas produções de hoje, que nos deixam esperando por continuações, O Conde de Monte Cristo oferece uma experiência completa.
É verdade que para isto, temos uma produção de quase 3 horas (173 minutos). Contudo aqui você tem com começo, meio e fim, sem perder o ritmo.
Denso e ao mesmo tempo acessível, O Conde de Monte Cristo é o filme perfeito para você separar aquele lanchinho e saborear o melhor das emoções que o cinema pode nos oferecer.
O Conde de Monte Cristo (Le Comte de Monte-Cristo) — França, 2024
Direção: Matthieu Delaporte, Alexandre De La Pattilière
Roteiro: Matthieu Delaporte, Alexandre De La Pattilière (baseado em romance de Alexandre Dumas)
Elenco: Pierre Niney, Bastien Bouillon, Anaïs Demoustier, Anamaria Vartolomei, Laurent Lafitte, Pierfrancesco Favino, Patrick Miller, Vassili Schneider, Julien De Saint Jean
Duração: 178 minutos
Classificação Indicativa: 14 anos