Muita gente está empolgada (ou curiosa) com O Telefone Preto 2, mas surge sempre a mesma dúvida: é obrigatório assistir ao primeiro filme antes de encarar a continuação? A resposta é o que vamos explicar neste artigo com leves spoilers.
Ele é continuação… mas com alma própria
Sim, o diretor Scott Derrickson traz de volta os protagonistas Finney (Mason Thames) e Gwen (Madeleine McGraw) alguns anos mais velhos, lidando com os efeitos do terror vivido no primeiro filme. Só que a forma como essa passagem de tempo é tratada já deixa claro:
- Gwen transformou o trauma em fé e sensibilidade paranormal, lidando com o passado com mais otimismo e tentando entender seus “poderes”.
- Finney, ao contrário, parece engolido por ele: virou o “durão” da escola, mais agressivo, até com indícios de uso de substâncias como se tentasse se proteger sendo quem ele teme se tornar.
Esse amadurecimento é interessante para quem viu o primeiro, mas não é essencial para entender o 2. Derrickson faz questão de reapresentar os personagens dentro da nova dinâmica, sem exigir memórias anteriores.
O que mudou? + Spoilers
Enquanto o original tinha mais cara de história de amadurecimento com toque sobrenatural, essa sequência mergulha com força no terror explícito.
O Sequestrador / Grabber (Ethan Hawke) não é mais apenas um elemento ele aparece como figura quase demoníaca, agindo entre os dois mundos, algo meio Freddy Krugger. O que revela também a intenção de posicionar o personagem que este pode ser um novo.
Porém o grande diferencial é estético: o filme abraça interferências visuais, ruídos e glitches.
Assim, O Telefone Preto 2 é praticamente um terror analógico, que ficou bem popular na internet em cantinhos que exploram o paranormal. Como se tivesse sido montado por alguém viciado em vídeos de creepypasta, icebergs ou canais como SemYdeus e Lucas Nauta.
Essa exploração da linguagem torna o filme muito mais direto, gráfico e sensorial enquanto produção de horror. Ou seja: O Telefone Preto 2 conta uma nova história dentro do mesmo universo — mas com outro ritmo, outro clima e outra proposta.
Então vale assistir direto?
Vale — e muito.
Se você nunca viu O Telefone Preto (2021), vai conseguir acompanhar tudo sem esforço. O filme é feito para causar medo e tensão por si só, sem depender de lore anterior.
Agora… se você já viu o primeiro, vai ganhar um bônus precioso: perceber como o trauma moldou os protagonistas, como o nerd virou valentão, como a fé virou arma espiritual, e como Derrickson está tentando construir uma franquia de terror com personalidade diferente em cada capítulo. Assista nossa crítica em vídeo:
O Telefone Preto 2 estreia nos cinemas brasileiros com classificação 18 anos, cópias dubladas e legendadas, distribuído pela Universal Pictures.

