O quanto você aguenta um estado de sufocamento? Dirigido por Rodrigo Sorogoyen, o filme “As Bestas” mergulha na tensão de uma narrativa baseada em eventos reais.
A história segue um casal interpretado magistralmente por Denis Ménochet e Marina Foïs, dá vida a Antoine e Olga, dois estrangeiros tentando levar uma vida tranquila na Galícia.
Contudo, a desconfiança com estes recém chegados, adiciona um elemento de crítica social e ruídos à trama.
O problema financeiro, a posse da terra e as tensões interculturais são explorados de maneira envolvente, fazendo com que o espectador reflita sobre as complexidades das relações humanas.
Olhar estrangeiro
Uma das grandes forças do filme é o ritmo cuidadosamente construído, que queima devagar, criando uma sensação constante de tensão. A escolha por um enredo baseado em fatos reais acrescenta um peso adicional à narrativa, tornando a experiência do espectador mais intensa.
O roteiro, assinado por Rodrigo Sorogoyen e Isabel Peña, se destaca por sua abordagem naturalista.
Neste ponto a oposição e estranhamento também se coloca para nós, espectadores.
Em contraste com as produções de Hollywood que muitas vezes apresentam heróis e vilões nitidamente definidos, “As Bestas” opta por uma representação mais próxima da realidade, onde as motivações dos personagens são matizadas e a vitória não é apoteótica, mas sim marcada pela amargura da vida real.
Assim a trama explora a natureza humana de subjugar o mais fraco, seja na vida animal ou na vida em sociedade.
As bestas
Lançamento brasileiro, Pandora Filmes
Ano: 2022
Duração: 137 minutos
Classificação Indicativa: 14 anos