Com profundo pesar, prestamos homenagem à talentosa atriz Léa Garcia, que nos deixou aos 90 anos nesta terça-feira (15). Sua partida deixa um vazio irreparável na indústria cinematográfica e nos corações dos fãs.

A notícia de sua partida nos alcança em um momento em que ela estava em Gramado, onde seria honrada pelo Festival de Cinema com o troféu Oscarito, reconhecimento mais do que merecido por sua contribuição inestimável para o mundo do cinema.

Início de carreira

Léa Lucas Garcia de Aguiar, nome que ficará para sempre gravado na memória dos amantes da arte, deu seus primeiros passos no mundo da atuação aos 19 anos, com a peça “Rapsódia Negra” (1952), de Abdias do Nascimento, ativista e criador do Teatro Experimental do Negro (TEN).

Foi o olhar perspicaz de Abdias que descobriu a carioca na praia de Botafogo, lançando-a em uma jornada que deixaria marcas indeléveis na história da atuação brasileira.

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Léa e Abdias em cena (reprodução)

Além da relação profissional que floresceu a partir dessa descoberta, Lea Garcia e Abdias do Nascimento compartilharam uma profunda conexão pessoal.

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Eles foram companheiros e juntos trouxeram mundo dois filhos. Essa parceria, que transcendeu os palcos e telas, tornou-se uma parte significativa da jornada de ambos.

Léa Garcia: Dama do Cinema e da TV

Léa Garcia brilhou intensamente na história do cinema brasileiro. Seu papel icônico em “Orfeu Negro” (também conhecido como “Orfeu do Carnaval”) foi o ponto de partida para uma carreira marcada por interpretações profundas e emocionantes.

O filme dirigido por Marcel Camus é baseado na peça de Vinicius de Moraes, que também contou com Léa no elenco.

“Orfeu Negro” foi o filme vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes em 1959, assim como melhor filme em língua estrangeira no Oscar, rendendo a Léa Garcia, diversos elogios. Na versão do cinema, a atriz interpreta Serafina.

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Além disso, sua atuação memorável como a personagem Rosa em “Escrava Isaura” (1976) trouxe à vida uma personagem complexa, cativando o público e demonstrando sua versatilidade como atriz.

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Vários momentos de Léa Garcia

Sua trajetória na televisão também é inesquecível. Novelas como “Selva de Pedra” (1972) e “O Clone” (2002) demonstraram sua habilidade única de transmitir emoções através das telas, conquistando um lugar especial no coração dos telespectadores.

No cinema também vemos Léa Garcia em filmes como Ganga Zumba (1963), Compasso de Espera (1969), As Filhas do Vento (2004), Trinta (2014), Um Dia com Jerusa (2021) e M8 (2019).

Confira uma das últimas entrevistas da querida atriz:

Morre Dona Lea Garcia

A notícia de sua partida é ainda mais dolorosa diante das circunstâncias. Lea Garcia estava como convidada e homenageada pelo Festival de Cinema Gramado. O troféu Oscarito seria uma prova de reconhecimento por sua dedicação à arte da atuação.

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Infelizmente, seu falecimento foi confirmado pelos familiares, e foi revelado que a causa foi um infarto agudo do miocárdio, de acordo com informações do Hospital Arcanjo São Miguel.

Neste momento de tristeza, celebramos o legado de Lea Garcia, que continuará vivo através de suas obras marcantes e de sua influência na indústria cinematográfica brasileira.

Seu talento e paixão pela atuação permanecerão uma inspiração para as gerações futuras de artistas. Descanse em paz, Lea Garcia, sua luz brilhará eternamente nas telas e em nossos corações.

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