Qual o destino dos companheiros fantásticos e porque freamos nossa imaginação após termos que “aceitar a vida adulta”? Esse é o centro do enredo de Amigos Imaginários (IF) mais recente lançamento da Paramount, dirigido por John Krasinski.
Distanciando-se do horror de seus trabalhos anteriores, como em “Um Lugar Silencioso”, Krasinski se aventura em um novo território. Hora de guardar as criaturas letais e brincar com a caixa de ferramentas do o cinema infantojuvenil.
Hora de abrir a porta para os mais fofos monstrinhos.
Entrando na História
Porém o filme começa quando essas portas querem se fechar, com o sopro repetindo das responsabilidades com a chegada da adolescência.
Conduzido pelo olhar de Bea, interpretada por Cailey Fleming, a história explora uma jornada de autodescoberta e encantamento, e a possibilidade de mediar o sonhar com as durezas lá fora.
Parte disso acontece partindo da relação com Cal (Ryan Reynolds), um personagem que assim como Bea consegue ver e interagir com os MIGs (o apelido dado aos seres da imaginação). Juntos eles tem uma missão.
Casa Cheia de Fofura
Contudo, é claro que o destaque se abre quando os Amigos Imaginários tomam a tela. E isso se realiza de forma material, posto que Krasinski opta por cenários mais simples e opacos, que são coloridos de vibração por Blue, Blossom e os outros Amigos Imaginários.
Além disso, a proposta de representar diferentes imaginações é transmitida quando os MIGs conseguem ser distintos entre si em conceito. Assim o filme consegue fugir das caixinhas e padronizações, tão comuns quando se quer representar a criatividade.

E não parece fazer mal se as vezes o trabalho de computação gráfica parece oscilar entre as criaturas, uma vez que de não são mesmo reais. O mais importante é povoar esse mundo sem limitações.
Chocando Ideias
Ao lado das criações, vem as comparações. Há ecos de “A Mansão Foster para Amigos Imaginários”, porém a trama acaba indo em outra direção. O que pode até frustrar uma parte do público.
É possível também que existam comparações com as produções da Pixar / Disney, como Divertidamente por exemplo, porém também não parece esse o caminho.
Amigos Imaginários é mais cheio de farpas e não busca ser perfeito.

Ainda que buscando ser sutil em alguns momentos, aqui parece que a ideia não é estruturar um “novo clássico”. A escrita e execução parece focar em entregar diversão. Ao invés de Disney, é mais Illumination.
Assim o filme se joga sem medo de ser infantil e agradar aos pequenos. Krasinski busca mediar jogos de palavras, gags físicas e as inevitáveis piadas de pum sem que o filme por isso se torna superficial.
Olhar Carinhoso
Afinal, se existe uma mensagem em Amigos Imaginários é a ideia de desacelerar, defendendo a ideia de que, às vezes, é necessário resgatar a perspectiva infantil para enfrentar as adversidades da vida.
Assistir a Amigos Imaginários é permitir-se ser tocado por essa leveza, é ser contagiado pela doçura de um mundo visto através dos olhos de uma criança.
Bonus: Estrelas na dublagem
Steve Carell, Phoebe Waller-Bridge, Fiona Shaw, Louis Gossett Jr., Alan Kim e Liza Colón-Zayas são as vozes de destaque na vrsão original com legendas.
Enquanto isso, a versão dublado em português do Brasil conta com as vozes de Giovanna Antonelli, Murilo Benício e Pietro Antonelli Benício.
IF (Imaginary Friends)
Lançamento brasileiro, Paramount
Ano: 2024
Duração: 108 minutos
Classificação Indicativa: Livre
Assista ao trailer completo e dublado: