A Escola de Samba Portela prepara-se para encantar o público no Carnaval de 2024 com um enredo inspirador baseado no livro “Um Defeito de Cor”, uma obra monumental escrita por Ana Maria Gonçalves.

Sob a direção dos carnavalescos do ano, André Rodrigues e Antônio Gonzaga, a Portela promete uma apresentação que mergulhará nos elementos marcantes da história, especialmente no que diz respeito à poderosa relação entre mãe e filho.

Sagrado Feminino

“Um Defeito de Cor” é uma narrativa envolvente que nos transporta para o Brasil do século XIX, abordando questões cruciais como a escravidão, a busca pela liberdade e a luta pela igualdade racial.

A protagonista, Kehinde, uma africana escravizada, enfrenta inúmeras adversidades ao longo de sua jornada, mas sua força e determinação a transformam em um ícone de resistência.

Leia também:  Os Observadores (2024) tem cena pós-créditos? O que esperar da continuação?

Ao explorar as experiências de Kehinde, o livro proporciona uma visão profunda das complexidades da escravidão, da luta pela emancipação e da afirmação da identidade afro-brasileira.

Confira o livro direto neste link!

Mãe e Filho: O Laço Inquebrável

O enredo destaca a relação mãe e filho como um fio condutor emocional, explorando a conexão profunda entre Kehinde e seu filho recém-nascido durante a trama.

A personagem por sua vez é uma versão ficcional da figura histórica Luísa Mahin. No enredo, a trajetória de Mahin é remontada por seu filho, Luiz Gama.

A narrativa proposta pela Portela é imaginar que o filho escreve uma carta para mãe, onde ele conta sobre ter conhecido a história da mãe, desde o Benin até o caminho turbulento em terras brasileiras.

Assim o filho remonta a trajetória de luta e as nuances da resiliência dessa mulher preta.

Leia também:  Os Observadores (2024) tem cena pós-créditos? O que esperar da continuação?

Com essas informações, confira abaixo o samba completo da Portela para este ano:

Portela 2024 | Letra do samba completo

O samba genuinamente preto
Fina flor, jardim do gueto
Que exala o nosso afeto
Me embala, oh! Mãe, no colo da saudade
Pra fazer da identidade nosso livro aberto
Omotunde, vim do ventre do amor
Omotunde, pois assim me batizou
Alma de Jeje e a justiça de Xangô
O teu exemplo me faz vencedor

Sagrado feminino ensinamento
Feito águia corta o tempo
Te encontro ao ver o mar
Inspiração a flor da pele preta
Tua voz, tinta e caneta
No azul que reina Iemanjá

Salve a lua de Benin
Viva o povo de Benguela
Essa luz que brilha em mim
E habita a Portela
Tal a história de Mahin
Liberdade se rebela
Nasci quilombo e cresci favela!

Leia também:  Os Observadores (2024) tem cena pós-créditos? O que esperar da continuação?

Salve a lua de Benin
Viva o povo de Benguela
Essa luz que brilha em mim
E habita a Portela
Tal a história de Mahin
Liberdade se rebela
Nasci quilombo e cresci favela!

Orayeye Oxum, Kalunga!
E mão que acolhe outra mão, macumba!
Teu rosto vestindo o adê
No meu alguidar tem dendê
O sangue que corre na veia e malê!

Em cada prece, em cada sonho, nega
Eu te sinto, nega, seja onde for
Em cada canto, em cada sonho, nego
Eu te cuido, nego cá de onde estou
Saravá Kehinde! Teu nome vive!
Teu povo é livre! Teu filho venceu, mulher!
Em cada um nós, derrame seu axé!

Categorized in: